E eu me olhava no espelho, eis o que via: uma menina de olhar triste, sorriso forçado, coração machucado, retraída, tensa, achando estar bem. Sorria sempre, para não desapontar os outros, ou para não deixar transparecer o que realmente sentia. O que era? Nem ela o sabia. Só que não gostava que soubessem de sua vida, era reservada quando o assunto era ela, e também isso poucos sabiam. O resto não reparava que o quanto ela falava não era de si, era barreira para evitar este assunto.
Eu olhava e pensava: "quem é essa garota?" A olhava no fundo dos olhos, tentando prescrutar sua alma, mas ela não era eu, simplesmente. Olhos perdidos e trêmulos me olhavam de volta, e eu, nervosa, não aguentava a pergunta que eles me faziam: " quem eu sou?"
Mas como eu disse, EIS O QUE VIA. Agora, quando me olho no espelho, olho direto nos meus olhos, e entendo perfeitamente o que eles me dizem: " Oi belezinha, vamos viver por nós porque o futuro chama e sem você não sou nada. Absolutamente."
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